Em 1952 Nathan Sawrtz adquire metade de uma empresa de sapatos de Massachusetts. Três anos depois adquire o resto da mesma empresa e contrata os seus filhos para trabalharem com ele. Em 1965 Nathan introduz a tecnologia de moldes de injecção na indústria do calçado. Esta revolução tecnológica fundia a sola do sapato ao couro sem qualquer costura e tinha ainda a vantagem de tornar o calçado impermeável. A marca Timberland nasce em 1973 quando a família Swartz produz a primeira bota à prova de água com o mesmo nome, Timberland. A partir daí foi sempre a crescer. A marca Timberland é considerada uma das 100 melhores empresas para se trabalhar e um exemplo de sucesso ímpar a nível Mundial. Dedicam-se cada vez mais à protecção do nosso planeta e ultimamente começaram a produzir calçado a partir de matérias recicladas.
Quando adquiri as minhas botas amarelas a funcionária da loja aconselhou-me a andar com elas 2/3 dias por casa antes de as usar definitivamente, para me ir habituando ao peso e à bota em si, porque se não iria sentir dores nas pernas e nos tornozelos.
Ter umas botas da Timberland é sinal de bom gosto – não é por acaso que ficam bem com qualquer coisa – e dão para vários estilos: tanto ficam bem num estilo à betinho como ficam bem num estilo de calças largas e boné para trás.
Não se sabe ao certo a esperança média de vida das emblemáticas botas amarelas, mas uma coisa é certa, se forem bem tratadas, são meninas para durarem uns bons dez anos.
E para durarem tanto tempo precisam de atenção: existem produtos da mesma marca com a finalidade de lhes manter e prolongar a qualidade pela qual são reconhecidas. Aconselho uma espuma da Timberland que se deve usar de duas em duas semanas para manter a camurça viva, uns atacadores novos de 3 em 3 meses, e uma borracha que deve andar sempre connosco para apagar e limpar a sujidade do dia-a-dia.
Conclusão, ter umas Timbies é a mesma coisa que ter um animal de estimação: precisam de ser estimadas se não perdem o interesse e caem em desuso.
No entanto andam para aí uns marmanjos que as compram pela módica quantia de 50 euros. Todos nós temos um colega que arranja botas da Timberland por tão pouco dinheiro. É algo duvidoso pois as botas verdadeiras custam o quádruplo do preço estabelecido pelo Mercado Negro.
Esses contrabandistas dizem que são roubadas e não falsificadas. Porque na cabeça de um português andar com uma coisa falsificada é embaraçoso – que o é – mas andar com algo roubado já é destreza desde que ninguém saiba.
As botas da Timberland pesam cerca de 500 gramas/cada, os atacadores são finos e robustos, a camurça – se bem tratada – mantém a cor de origem, e a borracha da sola é de qualidade acima da média. Não é por acaso que duram tanto tempo.
As falsificadas enganam à primeira vista – como qualquer coisa contrafeita - mas se olhadas ao pormenor notam-se logo coisas de qualidade duvidosa: os atacadores são grossos e pouco convincentes, a borracha da sola para além da cor diferente faz lembrar um hambúrguer duma dessas cadeias de fast-food, a camurça disfarça nas primeiras semanas mas depois começa a perder a cor e a qualidade com o passar do tempo chegando ao ponto de parecer a pele de uma ratazana loira em fase terminal, o logo da Timberland está desalinhado e mal parido, e se as pesarmos cada bota não passa das 100 gramas. Concluímos que as botas da Timberland ao preço da banana são umas havaianas a brincar ao Carnaval.
Um amigo contou-me que não tem umas Timbies porque a mãe o proibia. Dizia-lhe que era calçado de trolha. Mas o que é de trolha mesmo é a ideia de comprar botas falsificadas e pensar que se tem umas verdadeiras. Mas como são roubadas…
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